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06/04/2015 / Fonte: Revista Cobertura

Organizar, mensurar e documentar. Parecem passos simples se considerados algo corriqueiro, mas complexo para quem começa do zero. A Circular 492 de 2014, que entrará em vigor no início de 2016, tem como objetivo desenvolver modelos padrões de apuração de capital de riscos operacionais, ou seja, a Susep exige a formatação de banco de dados de perdas operacionais.

“A Susep precisa ter um mínimo de padrão e limites bem estabelecidos porque olhará para todo o mercado e fará um cálculo de risco operacional, com um novo modelo, ou até mesmo calibrará os fatores que ela já possui”, explica a analista da superintendência de regulação da Cnseg, Karini T. Rezende Madeira, durante o Café da Manhã com Seguros, dia 1° de abril, em São Paulo.

Segundo ela, a Circular 492 deixa optar por alguns itens, mas traz limites e possui grandes exigências, e para que esse documento seja produzido é preciso colocar em prática algumas ações. “A estapa1 da construção possui duas fases e cada uma 18 meses para ser concluída, iniciados em agosto de 2014. Após os 36 meses, inicia-se o preenchimento do banco de dados e envio de registros à Susep”.

Todas as seguradoras com prêmio base anual e provisão técnica superior a R$ 200 milhões estão obrigadas a fazer o Banco de Dados de Perdas Operacionais (BDPO). Poderá interromper a implementação ou deixar de preencher o BDPO a empresa que atingiu prêmio base anual ou provisões técnicas inferior a R$ 100 milhões. “A Susep diz que o prazo começou em agosto de 2014, porém é preciso olhar para 2012 e 2013 para saber se está elegível, ou seja, para concluir se somou 200 milhões em prêmio base anual e provisão técnica. Mas também a superintendência enviará uma carta para a companhia dizendo que ela precisa se enquadrar na circular”, esclarece Karini.

A fase I é o controle de captura e classificação, onde é importante, entre outros itens, se preocupar com o terceiro. “É preciso tomar cuidado com eventos fiscais porque deve declarar os fiscos daquilo que não é diretamente responsável”, pontua a analista. Já a fase II compreende a escolha dos sistemas de armazenamento físico dos dados de perdas operacionais, com mecanismos de consulta, alteração e reportes e as definições relativas asegurança lógica.

Karini ressalta que a principal dificuldade das seguradoras para se enquadrarem nessa resolução será fomentar essa nova cultura. “É difícil fazer seu parceiro entender que contar onde erra para você trará benefícios. Esse é o ponto mais desafiador e complicado”.

E justamente esses benefícios são os pontos que as seguradoras ainda precisam entender para que realmente valorizem a formatação desse novo documento. “Se avançar e extrapolar a 492, terá retorno financeiro. Benefício tem que ser tangível e impactar o resultado diretamente, senão não atinge minimamente o que é exigido pelos executivos. Para isso, é preciso se envolver com a circular, fazer planos de ação, usar o resultado que tem a partir da implementação do banco de dados, mitigar isso e afetar o resultado diretamente”, incentiva Karini.

Ela finaliza dizendo que 36 meses realmente é pouco tempo para a empresa se adequar, mas que todas essas resoluções apontadas na circular já estavam em discussão desde 2012. “Desde lá, a Susep aponta que faria isso e veio cortando e diminuindo as exigências. Se as empresas conseguiram trabalhar internamente e fazer um exercício desde quando começou, terá mais fôlego agora”.